Há pouco menos de um ano, numa reação a um artigo publicado no JN, defendia que "os reclusos por violência doméstica deviam ser obrigados a frequentar programas de reabilitação", por se tratar de um “problema de saúde pública que afeta muitíssimo as vítimas” e a sociedade. Porém, "não há técnicos de reinserção em número suficiente no sistema prisional. As últimas contratações aconteceram há vários anos, o corpo profissional está envelhecido e há muitos estabelecimentos prisionais onde o programa para agressores não existe”, diz. Segundo dizia Rui Abrunhosa Gonçalves, "há agressores a quem o tribunal impõe a frequência de consultas de reabilitação que, devido à falta de recursos humanos, não estão a receber tratamento".
A escolha por um não-magistrado poderá ter sido motivada pelo mesmo motivo que esteve na base da recusa do CSMP em prolongar o mandato de Rómulo Mateus, que tinha substituído o também procurador, Celso Manata, a falta de juízes e procuradores nos tribunais. Rómulo Mateus deixou o cargo no último dia de julho, Abrunhosa Gonçalves terá aceitado o convite nesta terça-feira, dois de agosto, depois de um contacto da ministra.
O Expresso contactou o novo diretor-geral, que confirmou o convite e a resposta positiva, mas recusou-se a fazer mais declarações. A tomada de posse ainda não está marcada.