A Bastonária da Ordem dos Advogados (OA), Fernanda de Almeida Ribeiro, acusou esta sexta-feira o antecessor de fazer "demagogia barata" com o caso dos imigrantes timorenses a quem foi prometido apoio jurídico.

A promessa remonta a novembro de 2022, numa altura em que surgiam várias notícias da vinda para Portugal de imigrantes timorenses alegadamente vítimas de exploração laboral e de redes ilegais de imigração.

"A única coisa que a ordem procurou fazer através deste comunicado foi colocar um ponto final à demagogia barata e habitual do meu antecessor", disse Fernanda de Almeida Ribeiro à TSF, depois de Luís Menezes Leitão ter lamentado que a medida nunca tenha avançado.

Para a Bastonária, Menezes Leitão "vem invocar factos que sabe que não são aquilo que está a dizer, aproveitando-se de uma situação que é perfeitamente clara e que não teve evolução pelos motivos que acabaram de explicar, para tentar atacar este Conselho Geral e atacar em simultâneo a ordem dos advogados".

"É absolutamente vergonhoso", atirou.

Fernanda de Almeida Ribeiro garantiu, por outro lado, que a OA tem estado em conversações com a Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) "para tentar agilizar uma série de procedimentos" e "acelerar os processos de reagrupamento familiar".

Em 2022, entraram em Portugal 6814 cidadãos timorenses, tendo no mesmo período saído pelas fronteiras externas 5135 timorenses, segundo o SEF.

A maioria destes imigrantes escolheu Portugal para ter uma oportunidade de trabalho, mas uma grande parte não o conseguiu fazer e muitos acabaram sem-abrigo.

No início de 2023, o número de entradas de imigrantes timorenses em Portugal abrandou, o que o SEF atribuiu às medidas adotadas contra a imigração ilegal e a exploração laboral.