Ordem dos Advogados disponível para escalas sem interrupções no aeroporto
Atualmente, a escala, presencial, cobre apenas o período das 8 as 17 horas, fora do horário da chegada de grande parte dos voos extracomunitários.
Em causa está o facto de haver nacionais de fora do espaço Schengen, incluindo requerentes de asilo, cuja entrada em Portugal via aeroporto de Lisboa está a ser barrada sem que tenham acesso a um advogado.
O procedimento é legal, mas, para a Ordem dos Advogados, constitui uma violação dos direitos humanos. E, já esta semana, a inspetora-geral da Administração Interna, Anabela Cabral Ferreira, recomendou à PSP que, quando tal for solicitado pelo passageiro, permita a presença de um advogado antes de ser proferida decisão de recusa.
“Nós queremos estar presentes, queremos fazer a diferença. O juramento que fazemos quando nos formamos é exatamente em defesa da justiça, da verdade. É isso que nós queremos poder fazer. Mas ali não estamos a conseguir”, apontou, ao JN, Filipa Santos Costa, vogal da OA e com trabalho regular no Espaço Equiparado a Centro de Instalação Temporária do aeroporto.
Segundo a advogada, a solução poderia passar pela implementação de escalas não presenciais, à semelhança do que já acontece para os tribunais. Filipa Santos Costa reconhece, contudo, que a sugestão ainda não foi feita formalmente.
Questionada pelo JN, a PSP corroborou que nunca existiu tal proposta e lembrou que a “elaboração e nomeação de escalas de advogados não constituem uma responsabilidade” sua, mas da OA. A instituição tem a seu cargo o controlo aeroportuário desde a extinção, a 29 de outubro de 2023, do SEF.
Inês Banha