Miguel Ricou, presidente do conselho da especialidade de psicologia clínica e de saúde da Ordem dos psicólogos portugueses, adianta que sem conhecimento desses dados será difícil atuar. "A grande dificuldade é não sabermos isso de uma forma informada e científica", considera. O especialista defende que "é preciso estudar os fenómenos para atuar de fora adequada". Miguel Ricou adianta que se podem fazer especulações sobre as causas que levam alguém ao suicídio e dá o exemplo da taxa no Alentejo, a maior do país. "Não sabemos exatamente porquê, temos ideias, mas só temos ideias", afirma. "Se calhar é altura de fazermos um plano estruturado e adequado que permita identificar os fatores de risco", adianta.
A Ordem dos psicólogos elaborou um documento a que chamou "Prevenção do suicídio: intervenções e políticas públicas efetivas" com contribuições para melhorar estas estatísticas. Além de propor a restrição de acesso a meios de suicídio, como armas e pesticidas, e a existência de mecanismos de segurança em locais de risco, defende que só é possível prevenir o suicídio se as pessoas tiverem acesso rápido a um profissional de saúde.