O hábito e o monge
No encontro com Donald Trump, na semana passada na Casa Branca, um repórter perguntou desdenhosamente ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por que motivo o mesmo não estava a usar um fato.
O Presidente Ucraniano respondeu que usaria um fato quando a guerra terminasse, reforçando, neste ato simbólico, a solidariedade que tem demonstrado para com o seu povo num difícil momento histórico para o país.
São várias as expressões idiomáticas, em várias línguas, que concretizam a ideia de que não devemos avaliar as pessoas pela aparência: o hábito não faz o monge, não julgues um livro pela capa, as roupas não fazem o homem, etc.
No entanto, na nossa sociedade, a forma como nos vestimos continua, muitas vezes, a prevalecer sobre aquilo que dizemos ou as ideias que defendemos.
Ao longo do meu mandato na Ordem dos Advogados tenho também sido alvo deste preconceito, com comentários truculentos e jocosos sobre a forma como me visto. Era importante que de uma vez por todas fizéssemos jus aos provérbios e nos concentrássemos mais nas ideias e menos naquilo que a pessoa veste.
Fernanda de Almeida Pinheiro, Bastonária da Ordem dos Advogados