O silêncio não é opção
Comemora-se hoje o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra as Mulheres, instituído pela ONU em 1999, e que tem por objetivo alertar para a violência física, psicológica, sexual e social que atinge as mulheres em todo o mundo, e exigir políticas para a sua erradicação.
Mais de 20 anos depois daquela Resolução, infelizmente ainda há muito para fazer nesta matéria.
Veja-se, por exemplo, o caso do Irão, onde, ao contrário do que seria a evolução expectável de uma sociedade, as mulheres vêm perdendo cada vez mais direitos.
Mas não precisamos de ir tão longe. Esta semana, o relatório do Observatório das Mulheres Assassinadas, da UMAR, contabilizou 25 mulheres assassinadas em Portugal, entre 1 de janeiro e 15 de novembro deste ano, 16 delas no contexto de relações de intimidade.
Acabar com este flagelo é uma tarefa que não cabe apenas à Comunidade Internacional, aos Estados ou a associações. Cada um de nós, na nossa família, na nossa vizinhança, nas nossas relações de amizade, deve intervir e denunciar situações de violência contra mulheres. O silêncio não é opção.
Fernanda de Almeida Pinheiro, Bastonária da Ordem dos Advogados